Por Hilomar Araújo
Após a posse do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, alguns brasleiros que têm o mínimo de consciência política e tomando por base os 27 anos de mandado de deputado, poderiam verificar logo nos primeiros meses de governo que a educação, a saúde, o meio-ambiente, e principalmente a cultura, não iriam ser prioridades para o presidente eleito e seus ministros.
Nós tivemos vários exemplos dessa falta de prioridades,mas um episódio bem claro disso – e que seria uma coisa simples de fazer para enaltecer a nossa cultura que sempre foi orgulho brasileiro – foi mostrado logo no primeiro ano de governo.
O compositor, cantor, escritor e poeta Chico Buarque venceu o prêmio Camões de literatura, que foi criado em 1988 para premiar autores da língua portuguesa que se destacam com suas obras literárias. A premiação seria entregue em outubro de 2019, mas se mostrando averso à cultura e colocando as divergências políticas à frente, o presidente Jair Bolsonaro se recusou a assinar a documentação para que o prêmio fosse entregue, e fazendo isso, atrasou também a entrega da comenda nos anos seguintes,teve até um escritor que morreu e não logrou o prazer de receber ral prêmio, mostrando desprezo total à cultura no seu governo.
Após longos quatro anos, o prêmio que leva o nome de Luiz Vaz de Camões, um dos grandes da literatura mundial, foi entregue em Portugal pelo atual presidente.
Na fala de agradecimento no local da entrega do prêmio, Francisco Buarque de Holanda foi bem enfático ao se referir a Jair Bolsonaro.
” Reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar com sua assinatura o meu prêmio Camões”!
Hilomar Araújo
