Perda de peso e lesões na pele podem ser sinais de lúpus, segundo reumatologista do HULW
Usuários do Hospital recebem orientações sobre lúpus e fibromialgia em ação promovida pelo Grupo de Apoio a Pacientes Reumáticos da Paraíba
Emagrecimento repentino. Esse foi o principal alerta de que algo não estava bem com a saúde de Lucielly Carvalho. Após passar por 10 médicos em quase um ano de investigação, veio o diagnóstico pelo médico reumatologista: lúpus. Além da perda de peso sem causa aparente, uma das características da doença é o surgimento de lesões na pele, segundo afirma a reumatologista Sandra Rejane Cabral, que atua no Hospital Universitário Lauro Wanderley.
No mês de conscientização de doenças como o lúpus e fibromialgia, o Fevereiro Roxo, os usuários do HULW receberam orientações de como identificar essas doenças. A ação, que aconteceu na segunda (13), foi marcada por palestras e também oferta de serviços como aferição de pressão arterial e glicemia capilar, massagem terapêutica e um café da manhã saudável.
De acordo com Sandra Rejane, o principal foco da atividade é chamar atenção para o diagnóstico precoce do lúpus, uma doença autoimune, multissistêmica e que tem um alto potencial de gravidade. “O acompanhamento por um médico especialista em reumatologia é de fundamental importância. O lúpus pode afetar vários órgãos e sistemas como a pele, articulações, coração, pulmões, rins e sistema nervoso central. O sintoma chave são lesões de pele, principalmente as fotossensíveis, ou seja, as que se manifestam ao se expor ao sol. Mas perda de peso e de cabelo também são sinais”, alertou a médica, que também é presidente da Sociedade Paraibana de Reumatologia.
Segundo o chefe da Divisão de Gestão do Cuidado e Apoio Diagnóstico e Terapêutico, Emanuel Fonseca, o HULW apoiou o evento, promovido pelo Grupo de Apoio a Pacientes Reumáticos da Paraíba (GARPB), visto que o hospital é uma das principais referências no Estado. “Trata-se de uma mobilização da associação de pacientes reumáticos e nós fomos procurados para dar esse apoio com a estrutura”, informou, acrescentando que o Serviço de Reumatologia tem quase 20 mil pacientes em tratamento de várias patologias.
No Brasil, estima-se de cerca de 65 mil pessoas convivam com lúpus. Mais de 800 pacientes estão cadastrados no ambulatório especializado em lúpus do HULW. Lucielly, que é presidente da GARPB, conta que hoje o acesso ao diagnóstico está mais facilitado. “O HULW é hospital de referência na Paraíba para o tratamento de pessoas com lúpus e faz um trabalho brilhante”, disse.
Hoje, com acompanhamento médico, terapias, medicação e um estilo de vida mais saudável, a rotina de Lucielly melhorou consideravelmente. “O tratamento não é só medicamentoso, tem que ter reeducação alimentar, prática de atividades físicas. Faço tratamento há 16 anos e sei que, se eu parar, vou ter uma recaída. Se você (quem tem doença autoimune) faz o tratamento certinho, não vai ter recorrência de precisar ficar indo à hospital”, disse.