COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – Romaria da Penha

Foto divulgação da Arquidiocese.

Sérgio Botelho – Não chega a se comparar ao Círio de Nazaré, em Belém do Pará, que reúne gente na casa dos milhões, em todo segundo domingo do mês de outubro de cada ano. Mas a Romaria da Penha, em João Pessoa – que neste 2024 sairá pela 261ª vez, a ocorrer na noite do 23 de novembro (sábado), encerrando na madrugada do domingo -, é uma das mais importantes manifestações religiosas nordestinas. Realizada também anualmente, a manifestação católica reúne centenas de milhares de fiéis, que percorrem aproximadamente 14 quilômetros, em um trajeto que vai da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro, até o Santuário de Nossa Senhora da Penha, na Praia da Penha. Mas que, nos primeiros anos do Século XX, também partia em bandeira da Igreja de São Vicente de Paulo, em Tambiá. A Romaria da Penha se configura como uma das devoções marianas mais populares no Brasil. Conta a tradição que o templo, inicialmente uma capela, foi construído em 1763, por marinheiros que se consideraram salvos de um naufrágio, após a intercessão de Nossa Senhora da Penha. Na época, a atual Praia da Penha era conhecida por Praia do Aratu (uma espécie de caranguejo). Durante a peregrinação, os fiéis carregam velas, ex-votos, estandartes e imagens religiosas, transformando aquele trecho de João Pessoa num verdadeiro espetáculo devocional. A romaria não é apenas um evento religioso, mas também cultural, atraindo pessoas de outros estados. Além da caminhada noturna, a programação, que, este ano, tem início em 16 de novembro, inclui missas, novenas e outras atividades religiosas, antecedendo o dia da romaria, com o apoio de autoridades locais para garantir a segurança e o bem-estar dos participantes. A Romaria da Penha reforça tradições e mantém viva a espiritualidade de milhares de pessoas, que enxergam na peregrinação uma forma de expressar a fé.

Sérgio Botelho  – Jornalista e Escritor

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