PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – O salão de banquetes do antigo Palácio da Redenção
Sérgio Botelho – No dia 8 de setembro de 1933, o então presidente Getúlio Vargas foi recepcionado no Palácio da Redenção em um requintado jantar de 160 talheres, com selecionada lista de convidados.
Getúlio estava na capital paraibana para a inauguração solene do monumento Altar da Pátria, na Praça João Pessoa, em evento marcado pela imponência e pelos sentidos discursos (em homenagem à memória do ex-presidente da Paraíba assassinado três anos antes), feitos pelo próprio Getúlio e pelo paraibano José Américo de Almeida, seu ministro da Viação.
O local naturalmente escolhido para a requintada homenagem foi o salão de banquetes do palácio (o espaço que se vê na foto), hoje bem preservado e sob os cuidados da curadoria do Museu da História da Paraíba.
Durante décadas, a mesa posta em celebrações foi uma das serventias básicas daquele cômodo do antigo Palácio da Redenção, além de eventuais reuniões de secretariado ou outras de expressão para o governo.
Compõem o ambiente piso de madeira, azulejaria portuguesa, molduras e retratos históricos, belos lustres, mobiliário pesado e nobre, incluindo longa mesa de madeira, elegante buffet e piano.
O conjunto de janelas e portas com venezianas e vidraças confere ao ambiente uma harmonia clássica, um cenário que por séculos se prestou a recinto de jantares de gala, recepções de autoridades e cerimônias marcantes.
O Palácio da Redenção foi, durante décadas a fio, residência oficial de capitães-mores, nos idos coloniais, presidentes da província, no Império, e presidentes e governadores do estado, na República.
Convém lembrar que o teatrólogo e ativista cultural Ariano Suassuna nasceu (1927) no Palácio da Redenção, ao tempo em que seu pai, João Suassuna, governou a Paraíba, entre os anos de 1924 e 1928.
Sérgio Botelho – Jornalista e escritor