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PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – O assassinato de João Suassuna, o pai de Ariano

Sérgio Botelho – Não fosse pelo brilho intelectual do filho Ariano Suassuna, nas décadas seguintes, o nome de João Suassuna (que hoje nomeia o aeroporto de Campina Grande e uma breve rua no Varadouro, em João Pessoa), estaria esquecido.
Contudo, ele governou a Paraíba entre 1924 e 1928, em nome do mesmo epitacismo que levou o seu sucessor João Pessoa (ambos com incursão na magistratura) ao poder paraibano.
A bem da verdade, João Suassuna foi responsável por obras de saneamento e abastecimento d’água na capital e de importantes ações em favor da agricultura no interior, em especial da cultura algodoeira.
O governo de João Pessoa, e sua atuação contra o coronelismo agrário, fez com que Suassuna fosse transportado de corpo e alma para o campo oposicionista, terminando ao lado do coronel José Pereira, de Princesa, e outros adversários de João Pessoa da época.
O assassinato do ex-presidente, naquele fatídico 26 de julho de 1930, em Recife, acabou tragando João Suassuna para a morte, diante dos acontecimentos políticos que se precipitaram sobre o país e a Paraíba no rumo da Revolução de 1930.
O fato de Suassuna se encontrar em Recife no dia do crime, e de João Dantas ser primo de sua esposa Rita de Cássia, acabou sendo utilizado como evidência sobre seu suposto envolvimento, passando a ser alvo dos objetivos de vingança para parte dos membros da Aliança Liberal.
Na manhã de 9 de outubro de 1930, em pleno Centro, no Rio de Janeiro, João Suassuna caminhava pela Rua Riachuelo quando levou um tiro pelas costas e tombou morto. Tinha 44 anos e naquele momento exercia a função de deputado federal pela Paraíba.

Sérgio Botelho  – Jornalista e escritor

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