COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – Maternidade Cândida Vargas

Foto do Instituto Cândida Vargas, na esquina das avenidas João Machado e Coremas, em Jaguaribe.

Sérgio Botelho – Em virtude de muitas outras opções, públicas e particulares, na área da assistência médica, em João Pessoa, a visibilidade do atual Instituto Cândida Vargas, apesar de continuar extremamente relevante, não tem o impacto no dia a dia da vida pessoense que teve quando de sua inauguração. Após três anos em construção, o evento aconteceu em agosto de 1945, já perto do fim do Estado Novo, sob o comando do gaúcho Getúlio Vargas (que governou o Brasil entre 1930 e 1945). O novo hospital, com o nome de Maternidade Cândida Vargas, representou, naquele instante, uma das mais importantes conquistas da capital paraibana, no que diz respeito à saúde e à assistência social, especialmente no que tange ao campo materno-infantil. Antes de ser concebido, a assistência às gestantes e aos recém-nascidos em João Pessoa era precária, com altos índices de mortalidade materna e infantil. Mas não é possível falar na referida casa de saúde sem lembrar da Legião Brasileira de Assistência-LBA, criada em 1942, pois foi essa entidade que a construiu. A LBA nasceu em um contexto de guerra mundial, com o objetivo de mobilizar a sociedade civil para auxiliar o governo no atendimento às necessidades da população, incluindo a área da saúde. Homenageando a mãe do presidente Getúlio Vargas, Cândida Dornelles Vargas (1850-1936), a maternidade contou, em seus primeiros anos, com o destacado papel das tradicionais parteiras, atuando sob melhores condições de ambiente e suporte clínico e técnico, contando com a assistência de médicos. A Cândida Vargas permaneceu subordinada à LBA até 1979, quando passou à esfera do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), que somente amparava os contribuintes do sistema previdenciário. À margem, os indigentes. Com a criação, em 1990, do Sistema Único de Saúde, estabelecido na Constituição de 1988, o Inamps, que já vinha sendo questionado por conta de corrupção, caminhou para o fim, o que aconteceu em 1993. Em 1991, a Cândida Vargas virou instituto sob a tutela do poder municipal, e assim opera até hoje, prestando inestimáveis serviços à população pessoense.

Sérgio Botelho  – Jornalista e Escritor

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