PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – Barão de Mamanguape
Sérgio Botelho – Uma das ruas mais importantes do tradicional bairro da Torre, em João Pessoa, é a Barão de Mamanguape, que homenageia destacada figura da história paraibana entre as que viveram no Século XIX.
A via corta o bairro inteiro, no sentido Norte-Sul, e margeia um dos mais icônicos equipamentos públicos da região, o Mercado da Torre, uma feira popular das mais procuradas na cidade, famosa pela sua praça da alimentação.
O homenageado se chamava oficialmente Flávio Clementino da Silva Freire, nascido na Parahyba, atual João Pessoa, mas que fez história e riqueza no município de Mamanguape.
Quando da visita de Dom Pedro II e a comitiva real a Mamanguape, em dezembro de 1859, o almoço foi na casa de Clementino. Tanto conquistou as graças do Imperador que, menos de um ano depois, foi agraciado com o título de Barão.
Seu status nobiliárquico não ficou somente nisso, também recebeu o título de Oficial da Imperial Ordem da Rosa. A combinação das duas honrarias o tornou uma das mais expressivas figuras da vida paraibana da época.
Atuou várias vezes na chefia do governo provincial, antes e depois do baronato. Foi deputado geral pela Paraíba entre 1857 e 1864 e em 1869, assumiu o Senado do Império, ali permanecendo até 1889.
O saudoso médico Maurílio de Almeida, em seu livro Presença de Dom Pedro II na Paraíba, de 1975, conta ligeiras gafes vividas pela comitiva real na casa do Barão, tanto por parte do imperador quanto da imperatriz.
A esposa do barão, a baronesa Carmen Freire, era carioca e tinha formação literária, chegando mesmo a publicar poemas na imprensa do Rio de Janeiro, com alguns deles chegando a compor antologias contemporâneas referentes aos anos 1800.
Levantamentos históricos dão conta da presença do casal entre eventuais convivas do Palácio Imperial, ao tempo em que o Barão de Mamanguape ocupou o cargo de Senador.
O nobre paraibano faleceu em 26 de agosto de 1900, na Paraíba, com 74 anos, quase nove anos depois da morte de sua esposa, o que aconteceu em 13 de setembro de 1891, no Rio de Janeiro, ela com apenas 36 anos de idade.
Sérgio Botelho – Jornalista e escritor



