COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS – Painel “A Medicina e a Natureza”


Sérgio Botelho – Atualmente, o prédio revela abandono, embora, segundo circunstantes, esteja próximo de uma reforma visando sua reutilização. Mas já foi uma atuante clínica dedicada à otorrinolaringologia, incluindo atividade cirúrgica.

O endereço é rua Professor José Coelho, 25, Centro, por trás do conjunto carmelita e do Palácio do Bispo. Na lateral do referido prédio, na parede voltada para o oitão da propriedade da Igreja Católica paraibana, há uma bela e expressiva pintura do artista plástico paraibano Flávio Tavares, contando já com mais de 50 anos de sua criação (maio de 1970). Antes de qualquer consideração a respeito, importante saber que a obra, intitulada “A Medicina e a Natureza”, em forma de painel (a foto abaixo é atual), está devidamente tombada por decisão do Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais (Conpec), órgão deliberativo superior do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), desde dezembro de 2005. (Flávio Tavares possui outros painéis tombados pelo patrimônio histórico e artístico paraibano).

O tombamento garante a preservação da obra, importante para a história da cidade, tanto do ponto de vista artístico quanto cultural. De uma maneira geral, serve para democratizar o acesso à cultura, possibilitando que a população usufrua de bens artísticos que, de outra forma, poderiam estar inacessíveis ou em risco de desaparecimento. Explicando tecnicamente o painel, a partir de documentos oficiais de seu tombamento, ele é “concebido em azulejos policromados na dimensão de 4,2 m X 13,5 m, contendo 2.500 peças, cada uma delas medindo 15cm X 15cm, representando uma intervenção cirúrgica oftalmológica, a céu aberto, envolta em ramificações vegetais”. No que pese o tombamento não implicar na perda da propriedade da obra, que permanece com o dono do prédio, o proprietário fica sujeito a restrições quanto à sua utilização e modificação.

De outra parte, o poder público e a comunidade compartilham a responsabilidade pela preservação dessas obras tombadas. Tudo junto e misturado, e funcionando a contento, é mais um elogiável donativo à preservação de nossa história, garantindo que as futuras gerações tenham acesso a esse importante legado cultural e histórico pessoense.

Sérgio Botelho  – Jornalista e Escritor

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo