Sérgio Botelho – Na última postagem da série falamos sobre a histórica Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em ruínas, que fica no município de Lucena. Bem próximo do local, existe a Barra do Rio Miriri, que divide os municípios de Lucena e Rio Tinto, um deslumbrante maceió que, nas marés baixas, apresenta rio, mar e lagoa ao embevecido público. O rio Miriri, que nasce no limite dos municípios de Mari e Sapé, é considerado um curso d’água que serve basicamente ao abastecimento humano e animal, além de algum projeto de irrigação. Dessa maneira, é um rio limpo, o que torna sua barra ainda mais preciosa. Por sua vez, o Litoral Norte inteiro tem suas praias sempre classificadas como próprias ao banho pelo órgão estadual do meio ambiente, a Sudema, que procede à classificação semanalmente, para tranquilidade de banhistas tradicionais e de turistas. Do lado de Rio Tinto, fica a praia denominada de Miriri. E do lado de Lucena, a de Bom Sucesso, que referencia o templo que continua de pé pela força divina e de uma gameleira, com prestígio curativo e espiritual, a lhe sustentar parte das paredes. A gameleira, natural da Mata Atlântica, pode viver até 200 anos, em seu habitat natural, e que Deus lhe dê vida longa! O perímetro todo faz parte da Área de Proteção do Rio Mamanguape, criada desde setembro de 1993, a mesma onde funciona o projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma atração à parte, e de fama internacional. Proteção que também existe por parte dos indígenas potiguaras espalhados por aldeias localizadas na região, bastante necessitados da natureza preservada, essencial à sobrevivência daqueles povos originários. A Barra do Miriri é mais do que apenas um lugar bonito. É um refúgio para a alma, onde o contato com a natureza exuberante proporciona momentos de paz e tranquilidade. Portanto, se você busca um lugar para se conectar consigo mesmo e recarregar as energias, é o lugar perfeito. Desde que com sagrado respeito à natureza! De brinde, é possível visitar uma singular maternidade de caranguejos no manguezal da região, espaço geográfico responsável por boa parte da reprodução e da alimentação marinha.
Sérgio Botelho – Jornalista e Escritor
