COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS – Antigo Açougue e Correios

A foto de cima é de 1912 e a mais abaixo, à esquerda, dos dias de hoje, ambas da Praça Rio Branco, vendo-se em primeiro plano, à esquerda das duas fotos. a antiga Casa do Erário (na mais antiga, uma escadaria na entrada que não existe mais), ao fundo, a antiga Casa de Câmara e Cadeia, Prefeitura e Escola de Engenharia, e ainda no fundo, à direita, o prédio de que estamos falando, que se vê mais de perto na terceira foto, também feita dos dias de hoje.

Sérgio Botelho – A construção que se vê na foto é do Século XVIII. Ela foi erguida para servir de açougue, equipamento de grande utilidade urbana e sujeito a rígida fiscalização das autoridades. O controle era facilitado pela existência, praticamente vizinha, da Casa de Câmara e Cadeia, justamente o órgão que fiscalizava a comercialização da carne no período colonial. Tais equipamentos existiam no que atualmente se chama Praça Rio Branco (embora haja quem chame o local de Praça do Sabadinho), mas que já atendeu pelos nomes de Largo da Antiga Cadeia, Largo do Pelourinho, Largo do Erário e Largo da Intendência. Dessa forma, sempre com denominação sugerindo espaço de atividades civis, não religiosas, como era a maioria dos largos nos tempos coloniais, sempre marcados pela presença de construções católicas. Posteriormente, passou à condição de sede dos Correios e Telégrafos da capital, passando daí em diante por problemas de adoção, quando foi objeto de um completo processo de revitalização, que preservou a edificação nas condições em que se encontra hoje. O prédio é o único da Praça Rio Branco que guarda o perfil arquitetônico original, já que o da antiga Casa de Câmara e Cadeia, depois Prefeitura de João Pessoa e Escola de Engenhara, passou por reformas que o descaracterizaram bastante com relação ao projeto original. Como é o caso também do antigo prédio do Erário, na esquina da praça com a Duque de Caxias, que já foi Casa dos Capitães Gerais, na época colonial, e hoje se encontra beirando a ruínas. A Praça Rio Branco, portanto, é mais do que um simples ponto geográfico; é um marco da identidade cultural e histórica de João Pessoa. Ela representa a continuidade e a mudança, preservando memórias do passado enquanto acolhe dinâmicas sociais do presente.

Sérgio Botelho  – Jornalista  e Escritor

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