BRASIL

Pague com seu rosto: depois do Pix e do cartão por aproximação, biometria facial abre nova era nos pagamentos

Para especialistas, tecnologia pode revolucionar o setor e, em pouco tempo, se tornar tão popular no Brasil quanto o Pix

 


Que tal entrar numa loja sem celular, cartão ou identidade e pagar uma compra com apenas um sorriso? Essa cena que até parece uma piada já é realidade no comércio brasileiro. Depois dos cartões sem contato e das transferências instantâneas via celular, varejistas e empresas de pagamentos digitais estão investindo em uma nova frente de inovações baseadas na biometria para dar mais comodidade aos clientes e agilizar transações. Para especialistas, essa tecnologia pode revolucionar o setor de pagamentos e, em pouco tempo, se tornar tão popular no Brasil quanto o Pix.

A novidade ainda dá os primeiros passos no mundo, mas vai acelerar seu crescimento até o fim da década, tendo o Brasil como uma das principais frentes. De acordo com o relatório “O Futuro dos Pagamentos”, lançado em abril pela Mastercard, o mercado global de pagamentos biométricos deve crescer 62% até 2030.

É uma das principais tendências na área de pagamento sem contato, que deve movimentar US$ 9,8 trilhões no mundo até 2026. A China é referência nesse tipo de tecnologia, com o uso do reconhecimento facial inclusive em transportes públicos como o metrô.

Para Wagner Cunha, gerente de Estratégia e Inovação para Serviços Financeiros da consultoria BIP, o Brasil tem vantagens em relação a outros países para assimilar rapidamente esse tipo de pagamento, já que o brasileiro adere facilmente a novidades tecnológicas e não tem muito receio em compartilhar dados pessoais quando enxerga vantagens.

O uso do rosto para autenticação de operações financeiras já é mais comum do que se imagina por aqui, seja na validação de compras com carteira digital, em que o correntista aproxima o celular de uma maquininha de cartão; na abertura de contas em bancos digitais e fintechs; e até para autorizar transferências em aplicativos de grandes bancos. O país caminha agora para a fase em que será comum fazer compras em lojas físicas sem nenhum apetrecho.

Digitalização bancária

 

Cunha também destaca o fato de o Brasil ter um setor bancário muito digitalizado e um grande número de desenvolvedores capacitados. Ele estima que pagamentos com biometria facial se tornem corriqueiros em cerca de cinco anos, tempo suficiente para a criação de novas soluções que possam democratizar e dar mais segurança à tecnologia:

— O Banco Central está mais aberto a inovações, a exemplo do Pix e do real digital. Nosso sistema financeiro é muito seguro comparado aos de outros países, então temos bastante a agregar mundo afora para evitar fraudes.

A C&A é uma das varejistas que já conta com pagamento por biometria facial em lojas de todo o país. Para usar, o cliente precisa baixar antes a carteira digital da rede de vestuário, o C&A Pay, e validar o rosto para pagamento. Depois, pode ir a qualquer unidade fazer compras sem levar nem o celular. Além da captura da imagem no caixa, é necessário digitar o CPF e uma senha para efetuar a compra. O valor dos produtos vai diretamente para a fatura do cartão da loja.

C&A começou a implementar o pagamento por biometria facial no fim de 2022 — Foto: Léo Martins

C&A começou a implementar o pagamento por biometria facial no fim de 2022 — Foto: Léo Martins

Para facilitar a implementação desse tipo de pagamento em lojas de todos os tamanhos, de grandes varejistas a pequenos estabelecimentos, a Mastercard lançou o Programa de Checkout Biométrico. Por meio dele, os clientes têm a opção de se inscrever, nas lojas ou em casa, e deixar sua imagem registrada no banco de dados para, depois, fazer compras sorrindo para uma câmera ou acenando com a mão para um leitor.

Fonte: O Globo, Com Big Pb

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