BRASIL

Mourão critica ‘lideranças’ que, ‘com o silêncio’, deixaram para as Forças Armadas a conta por ‘inação’ ou por um ‘pretenso golpe’

Mourão fez um pronunciamento de fim de ano transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desasgregação social. E de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe “, afirmou Mourão.

Senador eleito, Mourão é o presidente em exercício porque, na sexta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro viajou para a Flórida, nos Estados Unidos. Assim, Bolsonaro termina o mandato em solo estrangeiro. Neste domingo (1º), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumirá a Presidência.

Mourão não citou nomes em sua fala de pouco mais de 8 minutos. Ele fez referência aos pedidos de parte do eleitorado de Bolsonaro para que as Forças Armadas atuassem para reverter o resultado da eleição.

Nos dois meses que se seguiram ao resultado da votação, Bolsonaro se manteve recluso na residência do Palácio da Alvorada e praticamente não falou em público, enquanto seus apoiadores acampavam em frente a quartéis do Exército fazendo reivindicações antidemocráticas.

Sem falar diretamente dos acampamentos, Mourão disse que é “equivocada” a “canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso”.

Mourão afirmou também que a “alternância de poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada” .

Balanço do governo

 

O presidente em exercício fez um balanço do governo que termina. Ele citou esforços para combater as consequências da pandemia de Covid-19 e destacou avanços na área econômica:

“O governo que ora termina, ao longo de quatro anos, fez entregas significativas na Economia, no avanço da digitalização da gestão pública, na regulamentação da tecnologia da informação, na privatização de estatais, tendo promovido uma eficaz e silenciosa reforma administrativa, não recompletando vagas disponibilizadas por aposentadoria, além da renovação de nosso modelo previdenciário”.

No pronunciamento, Mourão admitiu que “nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso” esperado. Como exemplo, ele citou “percalços” na área ambiental:

“Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora tenhamos alcançado reduções importantes no desmatamento da Amazônia”.

Ele afirmou que “a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais, cortejadas permanentemente pela sanha predatória oriunda dos tempos coloniais”.

Fonte: G1

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