Laudo descarta metanol como causa da morte na Paraíba; investigação segue

As investigações sobre a morte de Rariel Dantas, de 32 anos, natural de Baraúna (PB), apontam uma reviravolta: o laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC) indicou que não houve intoxicação por metanol no corpo do paciente.
O caso havia repercutido amplamente depois que ele foi internado no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, após apresentar sintomas compatíveis com intoxicação por bebida alcoólica adulterada. Inicialmente, autoridades e a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) trabalharam com a hipótese de contaminação por metanol, adotando protocolos e coletando amostras para análise.
O que diz o laudo
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Nenhuma das quatro amostras analisadas (incluindo bebida e amostras biológicas) apresentou presença de metanol.
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Foi detectado, porém, excesso de etanol nas amostras — o que indica consumo elevado de bebida alcoólica, embora isso não descarte outras causas associadas ou desencadeantes da morte
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A negativa para metanol foi considerada “categórica” por autoridades da Polícia Civil.
Com o resultado em mãos, a SES-PB e órgãos de segurança anunciam que a investigação mudará de direção para apurar outras hipóteses médicas ou criminais que possam explicar o óbito.
A posição da SES-PB e ações em curso
Desde o início do caso, o secretário estadual de Saúde, Ari Reis, enfatizou que a hipótese de intoxicação por metanol era apenas uma linha entre várias que deveriam ser avaliadas. Após o laudo, ele reforçou que as investigações continuam com rigor, especialmente com operações especiais de fiscalização de bebidas adulteradas.
Em nota, a SES afirmou que uma força-tarefa foi montada para intensificar ações integradas entre saúde, vigilância sanitária, polícia, IPC e demais órgãos de controle. Já ocorreram fiscalizações em Baraúna, Picuí e outros pontos suspeitos de comércio irregular de bebidas
O secretário também fez um apelo à população: evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa e procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal, visão turva ou desorientação
O que falta esclarecer
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Mesmo descartado o metanol como causa, não está claro qual foi o mecanismo final que levou ao falecimento.
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Outras substâncias tóxicas ou condições clínicas preexistentes ainda podem ter atuação relevante — e precisam ser investigadas.
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A origem das bebidas consumidas por Rariel (local de compra, marcas, tipo de destilado etc.) ainda está sob escrutínio pelas autoridades competentes.
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Possíveis responsabilizações criminais ou administrativas dependem dos próximos passos da Polícia Civil e demais órgãos de fiscalização.
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O laudo do IPC marca um ponto de virada no caso: a hipótese de intoxicação por metanol foi descartada, mas isso não encerra a investigação. A morte de Rariel Dantas continua a exigir cuidados, diligência e transparência por parte das autoridades. A sociedade, por sua vez, deve permanecer vigilante e cautelosa quanto ao consumo de bebidas cuja procedência não seja comprovada.