BRASIL

Corte de gastos: veja o que o Congresso manteve ou alterou do pacote fiscal do governo

Senado marcou para esta sexta-feira a sessão para votar o último projeto, que trata sobre o salário mínimo

O Congresso Nacional está na reta final de votação do pacote de corte de gastos proposto no fim de governo pelo governo federal. A maior parte das medidas já foi aprovada pela Câmara e pelo Senado — que marcou para esta sexta-feira a sessão para votar o último projeto, que trata sobre o salário mínimo.

O governo inicialmente previa uma economia de R$ 70 bilhões com as medidas em dois anos. Porém, os parlamentares promoveram alterações que podem reduzir o impacto das propostas do governo.

Veja o que o Congresso manteve e o que foi alterado.

O que mudou ou foi retirado


Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Para viabilizar a aprovação do projeto, a Câmara promoveu uma série de alterações nas regras inicialmente propostas pelo governo para apertar os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que equivale a um salário mínimo e é destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Caiu do projeto a restrição de acúmulo de benefício, ficando mantido como é hoje — ou seja, uma mesma família pode ter mais de um BPC ou benefício previdenciário. Também ficou de fora do projeto a regra que ampliava o conceito de família para o cálculo da renda, o que iria na prática dificultar a concessão.

Outra mudança que ficou fora a proibição de um beneficiário ter propriedades acima do valor de isenção do Imposto de Renda. O relator Isnaldo Bulhões (MDB-AL) rejeitou mudanças no critério de deficiência, mas inseriu outros dois artigos que condicionam o benefício à avaliação que ateste deficiência de grau moderado ou grave.

O governo previa R$ 4 bilhões em dois anos com o combate à fraudes no BPC, e não está claro se haverá impacto.

Emendas parlamentares

O governo tinha proposto permitir bloquear e contingenciar até 15% de todas as emendas, inclusive individuais. Mas isso caiu. Ficou permitido apenas que as emendas de comissão sejam bloqueadas em caso de necessidade.

Supersalários

O governo incluiu no pacote mecanismos para inibir os chamados supersalários do funcionalismo. A ideia era reduzir a quantidade de penduricalhos que fazem salários ultrapassar o teto constitucional, hoje em R$ 44 mil na esfera federal.

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