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Cadeirantes reclamam de falta de acessibilidade em Terminal de Ônibus da Lagoa

A gestão que retirou o direito à gratuidade das pessoas com deficiência nos geladinhos, agora permitiu que o consorcio que administra o sistema de ônibus de João Pessoa também construísse um Terminal de Integração com problemas de acessibilidade. O descaso foi percebido por cadeirantes logo nas primeiras após a entrega do espaço.

O aposentado Renildo José descreveu a indignação pela falta de planejamento e a discriminação com as pessoas que utilizam cadeiras de rodas. “A gente vê que essa nova obra é muito interessante esse olhar para as pessoas no geral. Só que faltou pensar na situação das pessoas com deficiência. O que eu estou sentindo, o que não pensaram, foi no cadeirante”, criticou.

Renildo mostrou a dificuldade enfrentada pelos cadeirantes que precisam ir de uma plataforma para outra. “Eu estou aqui na plataforma 3. Se eu quiser ir para a número um, que percurso é que eu vou fazer? Tenho que ir lá na frente, dar a volta lá na chuva para poder fazer esse percurso. Isso era pra ter sido feito com base em um estudo, tendo uma passarela central aqui para ter acesso mais fácil pra gente”, lamentou.

A falta de respeito com os PCD’s é apenas mais um reflexo do caos no sistema de ônibus da capital, provocado pelo esquemão da Prefeitura de João Pessoa com as empresas, condenou o deputado federal Ruy Carneiro. “É inadmissível construir e entregar um espaço sem conseguir garantir o mínimo de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Esse é o retrato da atual gestão: Tudo em prol dos empresários e nada em defesa da população”.

Além de do grave problema, Ruy também destacou que o espaço não vai resolver o atraso nas viagens, o sumiço de linhas, ônibus quebrados, veículos sucateados, paradas sem proteção para os passageiros e bairros sem transporte no período da noite, finais de semana e feriados. “João Pessoa tem a passagem mais cara do Nordeste e uma infinidade de problemas no sistema de ônibus. A população precisa de qualidade nos serviços. Por isso, eu defendo o fim desse esquemão, pontualidade nas viagens, aumento das linhas, paradas com proteção, fiscalização na saída dos ônibus das garagens e multa para as empresas que descumprirem o contrato”, concluiu.

Na atual gestão municipal, João Pessoa passou a ter a segunda passagem mais cara entre as capitais do Nordeste, com a tarifa de R$ 4,90. Além dos sucessivos aumentos, a Prefeitura ainda manteve a isenção de 50% do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza para empresas de ônibus até o fim do ano. Apesar de todos esses benefícios para as empresas que compõem o consórcio de transportes na capital, a população pessoense sofreu uma grande redução na oferta e na qualidade das viagens. Antes da pandemia, a frota contava com 560 veículos e 99 linhas em circulação. Atualmente, são apenas 484 ônibus que operam em 77 linhas.

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