COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – Governadores holandeses na Paraíba

Imagem cartográfica holandesa da Cidade de Frederica, 1634.

Sérgio Botelho – A invasão holandesa no Brasil, na primeira metade do Século XVII, ocorreu em um contexto maior de disputas entre Holanda e Espanha. Os holandeses, sob a égide da Companhia das Índias Ocidentais, viviam, entre outras atividades comerciais, do refino e da venda do açúcar no mercado internacional, e não tinham nenhum problema com relação a Portugal, na condição de controlador da produção brasileira. Acontece que entre 1580 e 1640, Portugal passou ao domínio da Espanha (União Ibérica), com a produção de açúcar na Terra Brasilis se fechando aos batavos. Após duas tentativas frustradas (1630 e 1631), os holandeses conquistaram a Paraíba em dezembro de 1634. A partir daí, a cidade passou a se chamar Frederica (Frederikstad), em homenagem ao príncipe de Orange Frederico Henrique. Durante o domínio holandês governaram a Capitania da Paraíba: Servaes Carpentier (1635 – 1636), que comandou os holandeses no episódio da conquista, era médico e acabou senhor de engenhos em Pernambuco; Ippo Elyssens (junho de 1636 – agosto de 1636), administrador violento e desonesto que se apoderou dos melhores engenhos da capitania, e acabou morto, em um engenho da várzea do rio Paraíba; Hendrik Schilt (agosto de 1636 – outubro de 1636); Elias Herckman (outubro de 1636 – janeiro de 1639), o mais ilustrado deles, era militar, escritor, poeta, gravador e administrador nascido em Amsterdã, deixando como contributo intelectual, ao estado, a obra “Descripção geral da Capitania da Parahyba”; Gijsbert de Witt (1639 – 1645), membro da Companhia das Índias Ocidentais, presidiu o Conselho Judiciário do Brasil, no governo holandês, considerado por historiadores como o melhor governador entre os neerlandeses; Daniel Aberti (fevereiro de 1645 – junho de 1645); Paul Linge (1645 – 1653) e Hautjin (1653 – 1654), que encerrou o ciclo.

Sérgio Botelho  – Jornalista e escritor

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