COLUNASÉRGIO BOTELHO

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS – O Altar da Pátria

Sérgio Botelho – Na condição de um dos monumentos de caráter cívico mais célebres de João Pessoa, e motivo de visitações turísticas permanentes, o Altar da Pátria, na Praça João Pessoa, completa 92 anos nesta segunda, 8 de setembro.

Expressando um dos acontecimentos políticos mais relevante para a história da Paraíba, no caso, a Revolução de 1930, ele celebra não apenas o fato histórico, mas a memória do ex-presidente João Pessoa.

Como sabem todos os que conhecem minimamente a história da Paraíba, João Pessoa governou o estado entre 1928 e 1930, um governo que deveria cumprir mandato até 1932, mas foi interrompido pelo assassinato do seu titular.

Legitimamente ou não, pois o debate continua, a morte do presidente paraibano provocou, e disso ninguém discorda, a Revolução de 1930 e a ascensão do gaúcho Getúlio Vargas ao poder da República, na chefia da Aliança Liberal.

Aquele feito histórico não somente mudou a História do Brasil, de maneira bastante radical, como virou completamente a história da Paraíba, com a ascensão de novas figuras à proa do comando político estadual.

Não bastou trocar o nome da capital para João Pessoa, nem mudar a bandeira da Paraíba. Era preciso um monumento à altura do episódio e da memória daquele cujo destino acabou servindo de estopim aos referidos acontecimentos.

Repleto de gratidão pela sua ascensão ao poder, e acompanhado das principais figuras do seu gabinete, o próprio presidente Getúlio Vargas se deslocou da capital federal, o Rio de Janeiro, à capital paraibana para presidir o ato.

Ruidosamente convidada pela imprensa paraibana, especialmente pelo jornal oficial A União, uma multidão lotou a Praça João Pessoa para acompanhar a inauguração do monumento, naquele 8 de setembro de 1933.

Naquele instante da vida paraibana, quem governava o estado era Gratuliano de Brito, que havia assumido o governo com a morte do interventor Antenor Navarro, vítima de um acidente fatal em Salvador.

Por sinal, aproveitando sua presença em João Pessoa, o presidente Getúlio Vargas, acompanhado de grande séquito, fez visita solene ao túmulo de Antenor, no Cemitério Senhor da Boa Sentença, mausoléu hoje tombado pelo patrimônio estadual.

Segundo A União, já perto da meia noite daquele dia, o dirigível alemão Graf Zeppelin, sensação onde quer que aparecesse, no mundo, realizou uma volta no ar, em torno da Praça João Pessoa, encerrando com chave de ouro a inauguração do Altar da Pátria.

Sérgio Botelho  – Jornalista  e escritor

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo